quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Confidencial.doc

Aqui vai mais outra lenda lombrada da rede eDonkey. Este documento é uma livre-tradução desse achado do mundo fake (original em espanhol).

Para quem tiver interesse no documento, aí vão alguns links que podem ajudar na compreensão do texto:

Patrick Süskind

O Perfume

Divirtam-se.

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Confidencial

Meu nome é Salvador Buendail, tenho 63 anos e moro em Petrel, uma cidade da costa mediterrânea Espanhola, próxima de Alicante. O motivo desta carta não é outro que o de trazer luz às tuas perguntas e poder esclarecer um enigma que depois de tantos anos continua a martelar minha consciência. Tuas teorias a respeito da autoria do Livro O Perfume não estão fora de rumo. Efetivamente, Patrick Süskind é um impostor. E um impostor com muita imaginação.

Há 40 anos, quando o turismo começou a crescer na Espanha, sobretudo em zonas como esta da costa brava, numerosos estrangeiros povoavam nossas cidades e desfrutavam do sol mediterrâneo. Alemães, suecos, dinamarqueses, ingleses e todos os que tivessem olhos azuis eram suscetíveis de vir a esta maravilhosa terra.

Um dia chegou a Petrel um tipo chamado William. E. Süskind. Eu me dedicava naquele tempo ao mesmo que me dedico até hoje e o que fazem a maioria das pessoas das redondezas: a fabricação de sapatos. Lembro que naquela época eu tinha uns 23 anos e precisava de dinheiro. Meu pai morreu na guerra civil e vivia apenas com minha mãe. Tínhamos uma casa grande e se algum viajante ia de passagem por Petrel, alugávamos a casa e assim tirávamos algum dinheiro extra.

Pois bem, W. E. Süskund me disse que era um escritor alemão e que tinha vindo da França para a Espanha. Tinha escolhido Petrel porque gostou do clima local, mas não queria o tumulto dos povos costeiros.

Pediu a mim e a minha mãe um lugar para passar os 3 meses de verão, que o primeiro e o segundo mês estaria só, mas que em agosto viria sua mulher e seu filho a passá-lo com ele. Parece que estava escrevendo um livro e lembro que trazia com ele uma caixa, e nada mais.

Decidimos que ele seria um bom investimento; sabia falar bem o casteliano e parecia boa pessoa. Além do mais não é todo dia que se conhece um artista. E assim nós concedemos um espaço para ele.

Os dias e as semanas foram passando e pouco a pouco, sobretudo nos jantares, William e eu nos tornávamos amigos.

Um dia (que o vinho nos animou mais que o normal) William me contou o que tinha em mãos: parece que ele tinha passado os últimos meses na França pesquisando sobre um homem muito estranho que viveu no sul do país e que se dedicava a fazer perfumes. Pelo visto, numa cidade da costa conseguiu o diário deste homem. Só me disse que junto com esse diário pôde comprar-lhe à pessoa que o tinha dado uma grande quantidade de perfumes que o estranho homem havia elaborado.

Não me disse nada mais, perguntei se ele tinha ou não uma vida interessante e ele respondeu que não era exatamente interessante, talvez tivesse uma vida ativa.

Não voltamos a falar mais do tema. Em agosto chegaram sua mulher e seu filho Patrick e passaram o último mês percorrendo muitos lugares vizinhos à Petrel.

No final do verão disse-me que seu trabalho havia terminado e que que voltaria com sua mulher e seu filho a Ambach. Mas antes de ir, ele me deu um presente: quatro frascos de perfume dentro de uma caixa. Só me pediu que os cuidasse, que eu poderia usar do modo que eu quisesse, mas que os cuidasse pois eram de grande valor.

Perguntei-lhe quando poderia ler o livro que ele tinha vindo escrever, e ele me respondeu que nunca veria. Que se tinha dado conta de que há coisas que
jamais se devem contar e que a vida daquele homem estranho deveria ficar entre as páginas de seu diário. Disse que a única coisa que lamentava é que ninguém tivesse conhecido desse homem estranho o que realmente valeria a pena conhecer: os seus perfumes. "Por isso lhe darei os perfumes”, disse ele a mim.


O que soube depois disso é que William morreu 3 anos mais tarde por causa de uma pneumonia. Vinte e cinco anos mais tarde, em 1985 chegou em minhas mãos um exemplar de O Perfume. Eu sabia que Patrick era o filho de William, mas não que o livro era o que seu pai veio a relatar anos antes.

Agora sabes a verdade. O Perfume é um livro que está baseado na vida de uma pessoa que existiu de verdade, e quem iniciou tudo foi William. Patrick só assumiu uma posição que, seguramente, seu pai nunca quis que o tomasse.

Anexo com esta carta os 4 perfumes que William me presenteou. Não sei se te servirão de algo, mas eu nunca precisei nem usei. Creio que na etiqueta, em francês, ele pôs o nome de duas mulheres e nos outros dois ele pôs algo como suor e outra coisa muito rara. O livro te dará mais pistas.

Espero ter ajudado.